segunda-feira, 19 de junho de 2017

  Apaixonamo-nos pelo que queremos ser. Eu sempre quis ser assim. Inteligente. Querido pelos outros. Bonito daquela maneira tão simples e tão única. Sempre quis vestir-me bem. sempre quis ter aquele mistério na atitude, aquela forma de estar que encanta, que contagia. Sempre quis ser assim. Um bom filho. Um bom amigo. Sempre quis ter tudo o que ela tem, o que ela é. E agora só quero tê-la comigo.  Os homens são assim. Eternamente frágeis. E eu digo isto porque o sou. Não frágil, nem pensar! Sou homem. Sou homem e, tal como todos, que querem crescer e ser super-qualquer-coisa, e doutores de qualquer coisa, e patrões de qualquer coisa, e superiores de qualquer coisa, não passam de crianças que sempre precisarão de uma mãe.  E eu já conheci a minha. Bonita. Inteligente. Sexy. Prática. Boa na cama e excelente em casa. É ela. O pilar que eu sempre quis ser para alguém. Um porto de abrigo. E Confesso: estou com ela porque gostava de ser como ela e porque gosto da maneira como se comporta e porque é linda e forte e porque não vassila. Gosto dela porque é o exemplo que eu sempre quis ser. E um homem é isto. Um querer-ser que quanto muito se parece com algo. Mas só o é com alguém ao pé.