sexta-feira, 30 de março de 2012

Quando escrevo sou assim, um louco viciado. Escrevo quase de olhos fechados, deixo até palavras sem a última letr para não me perder no tempo do raciocínio. Escrevo sem a última letra mas nunca me esqueço da pontuação. Lá está, um louco viciado. Um louco viciado a tentar mostrar ênfase no que diz. Ênfase não, verdade. Verdade porque todo o louco tem ênfase. Tem ênfase mas falta de verdade…

Sou tão um grande louco viciado que no dia a seguir – já sóbrio de que no dia antigo a este não estava em mim – tenho de vir e ver o que escrevi. Esqueço, pura e simplesmente, o que escrevo como os loucos o que fazem. O que fazem não! Porque os loucos não esquecem o que fazem. Os loucos apenas não sabem bem o que fazem. Acho… Mas não importa, voltarei amanha…


quarta-feira, 28 de março de 2012

Quando tudo começa já algo aconteceu


E tudo começou naquele dia. Uma dia claro. Um dia de praia. Um dia sem pressas. Sem pressas até certo ponto, porque é quando há pressa que as coisas podem descambar. E descambou. Naquele dia. Naquele dia claro de praia e sem pressas.
Mas nada começa assim, existe sempre um princípio. Está bem que o princípio é o começo, mas o começo não é o princípio. O começo é o princípio porque quando começamos o que quer que seja já sabíamos que o íamos fazer. Houve um antes, algo que desenvolveu o que íamos começar. houve um fim de que o íamos fazer. Uma conclusão que nos levou a começar. Mas pouco importa agora. Afinal, já está... Já descambou. E descambou naquele dia claro de praia e sem pressas.
Descambou e eu comecei esta história. Não comecei literalmente, porque já a tinha iniciado. Mas não interessa. Nada disso interessa agora. Importa sim que a comecei. Comecei e não sei se comecei bem, mas comecei. Comecei com mais uma discussão. Discuti porque comia na sala, veja-se bem. Não se pode comer na sala, quando a sala é a da mãe. Mesmo que não seja a nossa mãe... Discuti e saí. Saí de casa. Saí de casa por comer na sala, naquele dia claro de praia e sem pressas. Enfim...
Fui beber um copo. Fui beber um copo àquele café na esquina, da esquina de todos os que têm uma mãe em casa e um marido como eu, que come na sala. Lá encontrei mais uns quantos como eu que se riram de mim por ter comido na sala. Mas pouco me importa, tenho quase tanta certeza de que eles estavam ali por causa da mãe que têm em casa quanto eu..

quarta-feira, 7 de março de 2012

Ser poeta


Não sei se sei
Nem o que ser,
Sei, não sou nada a valer.
Sou um conjunto de todos,
De mim e dos outros.
Sou todos em mim, nenhum realmente.
Sou eu, sou ninguém. Somos todos o mesmo!

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Quando sou dou nisto,
Como todos, está visto!
Está visto que damos nisto,
Vicio de vida;
És vicio em todos,
Vida comum!