quinta-feira, 26 de maio de 2011

Exaltação

  É complicado! Imensa coisa para dizer e não sai nada. Muitas emoções. Uma centena de nada para sair e o que é que sai? Isso mesmo, nada! Não sai nada e isso ainda me deixa mais vazio. Estou vazio disto tudo que não serve para nada senão para me encher. Estou cansado...
  Devia estar feliz. Não tenho nada e estou cheio e por isso devia estar feliz. Mas é demasiado intenso. Trabalho. Amor. Trabalhos. Arrumos. Máscaras como sempre. Vida... Nada de especial para um Homem de negócios ou um bom Artista, mas esvazia-me. Espreme-me.
 Digo, com dificuldade porque nada quer sair, que a outra língua me aperta, grita e suspira num murmurinho que será até morrer necessária. Até agora falei da Linguagem Universal. Daqui adiante falarei também da outra língua. a Estrangeira. Ambas me são sempre muito estrangeiras, é certo. Mas esta levou-me a escrever este inseguro texto sem nada, e isso torna-a pior ainda! Sei que sem isto não vou a lugar nenhum. Nem nesta língua, nem nas estrangeiras. É péssimo. Isso é péssimo. Estou cansado! Devia sabe-la de cor. Não devia precisar de pensar para saber o que quero dizer. Devia ter prestado mais atenção quando todos o fizeram. Sei também que nunca é tarde. Mas estou cansado, por agora...

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O amor é aquilo que te faz vibrar a alma. O infinito é tudo o que te cabe na alma. E a alma é tudo o que te faz viver.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Marcas de um passado

  Agora, reflectindo, como sempre com toda a alma tentarei aproximar-me da beleza racional do padre. A beleza do poder das palavras de António Vieira. Aviso desde já que não serei meigo nem usarei eufemismos se o caso não for de pura ironia. Não terei sequer vergonha de ser directo, porque Ser é importante.
  Mas falemos do que quero realmente falar. O motivo porque peguei na caneta. O motivo que me está a matar a cabeça. Eça de Queiroz! Como poderá alguém gostar da sua mais famosa obra?! Como pode alguém apreciar "Os Maias" com gosto, com prazer?!
  Um dia ouvi, dito pelo bestial Miguel Esteves Cardoso, "A Vida é uma coisa, o Amor é outra." Ele avisa-nos. Ele avisa-nos que na podemos confundir, nem é permitido sequer ousar baralhar ambos. Mas Eça Faz isso, não há uma única linha n'"Os Maias" em que não se confunda viver com amar. Aprendi com Miguel que um minuto de amor vale uma vida. Nem sequer é preciso mais preciso viver... Mas em "Os Maias" não acontece isso! Ora é um que vive para que os outros o amem, ora é outro que vive para viver melhor. Está errado!
  Nem criticaria que essas tivesse escrito tudo isso, com o intuito de criticar esse modo de viver. Mas não, não é isso. O motivo é mesmo o facto de não acreditar no Amor. Ele não acredita no Amor! Esforcei-me, a serio que me esforcei por ler e entender o autor, porque quando leio é para perceber e receber uma mensagem. Mas não, não consegui continuar, foi impossível!
  Este homem, a certa altura tem a coragem de dizer ao mundo qualquer coisa como "Não vale a pena correr nem para o amor, nem para o poder, nem para a glória." Isto está errado. Está errado! Eu, que não consigo acreditar em tudo o que a Bíblia diz (talvez por ter vários autores, varias opiniões, não sei), estou de acordo cada vez que o personagem principal fala. Jesus diz que sim, Jesus diz que o Amor é o sustento da vida, e se Ele diz isto, porque não acreditar? Porque não pensar como Ele? Porque não correr pelo Amor? Isso vale a pena! É claro que vale! E, tendo Amor, o poder e a glória também são ganhos!
  Com toda esta conversa, pode pensar-se que eu acredito em Deuses e milagres. Não se enganem! Tal como em "Sidartha" um dia Herman Hesse reflectiu, "Sou capaz de admirar mais uma pedra que um Deus, porque uma pedra já foi Terra, e pode também já ter sido um Flor, ou um Homem.", assim também eu reflicto. O meu Deus existe! Não sou de todo ateu, o meu Deus existe. O meu Deus é a Natureza! Quanto a milagres, também acredito. Acredito que o Amor um dia me aparecerá!

domingo, 8 de maio de 2011

Belo. À sua maneira

  Porque todos vêm de forma estranha... Todos vêm algo fechado, só de duas pessoas. Todos vêm vermelho vivo, algo colorido. Todos são capazes de pensar nele como algo belo, que se dá ao parceiro. Está Errado! Completamente ao lado!
  O coração, tem de ser tudo menos isso. Não é um acaso chamar-lhe coração, mas não me digam que é por ser o órgão mais importante, porque seria impossível viver sem rins ou cérebro, não dava para viver nem sequer sem o estômago ou os intestinos! O coração tem de ser algo aberto! Não pode pertencer a duas pessoas! Apenas a uma! Cada um ama como ama e ninguém ama da mesma forma, por isso o coração tem de ser algo só nosso! Tem de ser aberto, aberto a todos! O escuro do nosso interior impede que seja vermelho vivo, chamam-lhe encarnado por isso, é a cor do sangue. O facto de ser aberto faz com que esse sentimento a que chamamos amor flua. Flui através do sangue, encarnado e não vermelho vivo. Faz com que flua ao resto do corpo e é graças a isso que podemos considerar o coração o mais importante, não por mais nada! Quanto à sua beleza, tem bastante. É belo à sua maneira, leva também o ódio e isso, para mim, é o que o torna mais belo! Deslumbrante!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A Arte da observação

  Foi no Vasco Da Gama. Eu estava num jardim com ela. Muitas árvores. Muitos pássaros. No meio escorregava um canal com águas e pedras, ao fundo via-se uma cascata. Ambiente perfeito para um passeio a dois, e foi...
  Sentá-mo-nos naquele comprido banco de pedra e rapidamente percebi que o arquitecto que aquilo tinha desenhado, quis que a gente que ali passasse pensasse de outra forma. Deixou-nos um dia uma frase naquele banco, dizia "O Pássaro voa. A Flor dança. Mas eu ouço sempre o surdo som das Ondas." Não foi difícil interpretar que Ele pouco se importava com aquele belo barulho dos pássaros ou todo aquele verde que ali meteu. O que fazia vibrar era, e devia sempre ser, aquela água.
  Aquele som de fundo que ninguém ouve era maravilhoso. Mas claro, aquela cascata, tal como aqueles pássaros e aquela brisa a passar entre a florestação já não é sentida por ninguém. Está errado, claro que está, mas acalmei-me. Decidi pensar como o artísta. O que ele queria dizer com o "surdo som" só podia ser a cascata, ao fundo. Saboreei isso. Soube bem, muito bem. Mas começou a chatear, já não conseguia ouvir mais nada. Voltei à reflexão. Sabe sempre bem refletir, e quanto mais, melhor. Melhor sim, a sabedoria apoderou-se de mim e percebi! Era mesmo o "surdo som das ondas"! Era a água, transparente e pura, a passear entre as pedras. Eram aquelas ondas! A partir daí, não custou mais ouvir aquilo. Foi fenumenal...