domingo, 27 de março de 2011

Um pouco do mesmo

  O Amor não é para as máscaras. O amor é para os animais, os fortes irracionais que não se questionam pelo porquê.  Preferem o amor à vida, mas vivem no amor. Sabem amar. E amam. São Natureza, são Amor, são Vida mesmo sem viver... Porque o amor é uma coisa, e a vida outra. Já o disse várias vezes. Não se pode confundir amor e vida. Porque o amor vive-se, e a vida tem-se. O amor não é para todos, e a vida é. O amor é algo que as máscaras nunca conhecerão, e a vida, é uma mascara para o amor. Pensa-se que se ama por se viver, mas vive-se porque se ama. E só a natureza sabe isso, nós, mascaras, temos de nos integrar, e não integra-la em nós. Porque Ela, essa Natureza inconstante, nunca purá uma mascara...

2 comentários:

Joana disse...

"pensa-se que se ama por se viver, mas vive-se porque se ama" muitoo verdadji

Aglaia disse...

Fizeste-me lembrar deste poema de Sophia


 
Porque
 
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
 
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
 
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
 
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
 
 
“No Tempo  Dividido e  Mar Novo”, Edições Salamandra, 1985, p. 79